Serviços piratas foram derrubados Crédito: Shutterstock
Segundo a Alianza, associação latino-americana que reúne empresas de combate à pirataria audiovisual, a operação teve início após denúncias contra o aplicativo MagisTV – também conhecido como UniTV e HTV -, que oferecia acesso ilegal a filmes, séries e transmissões esportivas. Representantes da entidade chegaram a comprar modelos de TV boxes equipados com o serviço para entender como o sistema funcionava.
A investigação formal começou em setembro de 2024, quando a Alianza apresentou o caso ao Ministério Público Fiscal de Buenos Aires. Em agosto de 2025, a Justiça argentina autorizou buscas em quatro escritórios que operavam como fachada para as empresas envolvidas. Em um deles, havia cerca de 100 funcionários contratados legalmente, com setor de Recursos Humanos e estrutura empresarial completa.
Usuários reclamam de interrupção de serviço pirata:


Operação
Durante a operação, policiais apreenderam 88 notebooks, 37 discos rígidos, 10 pen drives e 568 cartões de recarga usados para liberar o conteúdo nas caixinhas de TV. Também foram encontrados 9,4 milhões de pesos argentinos (R$ 35 mil), US$ 3.900 (R$ 21 mil) e carteiras digitais com US$ 120 mil (R$ 640 mil) em criptomoedas.
A Alianza estima que os aplicativos reuniam 6,2 milhões de assinantes ativos, 4,6 milhões deles no Brasil. O número chegou a 8 milhões durante o Mundial de Clubes de 2024, período em que as contratações dispararam. Cada cliente pagava entre US$ 3 e US$ 5 mensais (R$ 16 a R$ 27), o que chamou a atenção de ligas esportivas, como a espanhola La Liga, que passou a colaborar com as investigações.
As autoridades argentinas identificaram que o país funcionava como base administrativa do esquema, enquanto a infraestrutura técnica estava hospedada na China. Por isso, as plataformas continuaram ativas por algumas semanas após as operações policiais.
Serviços derrubados
Entre os 14 serviços já derrubados estão My Family Cinema, TV Express, Eppi Cinema, Vela Cinema, Cinefly, Vexel Cinema, Humo Cinema, Yoom Cinema, Bex TV, Jovi TV, Lumo TV, Nava TV, Samba TV e Ritmo TV. A expectativa é de que esse número suba para 28 até o fim de novembro.
Apesar de a Argentina ter sido o centro da operação, o
principal era o brasileiro. “No Brasil, há um mercado enorme. Com certeza, há alguém no Brasil investigando. Mas ninguém tentaria procurá-los em um país com um mercado menor porque imaginariam que o negócio não estaria baseado lá”, explicou Jorge Alberto Bacaloni, presidente do conselho da Alianza.
Bacaloni também destacou que “com os problemas em relação ao câmbio, a Argentina é um país muito barato. E é um país com pessoas muito qualificadas para administrar esses serviços”. Segundo a Alianza, ex-executivos e funcionários de grandes empresas de mídia também faziam parte da operação.
TV Box pode ser legal
A Anatel, embora não tenha participado da investigação, reforçou a importância de usar apenas aparelhos de TV box homologados. “O processo de homologação é realizado para garantir que o equipamento atenda aos requisitos técnicos definidos pela Anatel em relação à emissão de radiofrequências, à segurança cibernética e ao uso regular das redes de telecomunicações”, informou a agência.
A Anatel mantém parceria com entidades como a Alianza, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) para combater o uso de equipamentos e serviços ilegais. “Além de possibilitar a pirataria, TV Boxes piratas podem interferir em outros aparelhos legítimos e permitir ataques hackers às redes de seus usuários”, alertou o órgão.
Fonte: Carol Neves, Correios24horas.




