Tragédia no Paraná: adolescente de 14 anos morre após ser arrastada por tornado devastador em Rio Bonito do Iguaçu

A adolescente Julia Kwapis, de 14 anos, é uma das vítimas fatais do tornado de categoria EF3 que atingiu o Paraná na sexta-feira (7). O fenômeno, com ventos que ultrapassaram 250 km/h, deixou um rastro de destruição em Rio Bonito do Iguaçu e outras cidades da região. Mais de 10 mil pessoas foram afetadas, e o número de feridos chega a 437, segundo a Defesa Civil. Julia estava na casa de uma amiga quando foi arrastada pelos ventos e acabou morrendo no hospital. A tragédia comoveu o estado e gerou uma onda de solidariedade.
Julia morreu após ficar ferida durante temporal que atingiu o Paraná Crédito: Reprodução

O Paraná amanheceu em luto neste fim de semana após um dos episódios climáticos mais violentos de sua história recente. O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, na região central do estado, na sexta-feira (7), deixou seis mortos, centenas de feridos e destruição generalizada. Entre as vítimas está Julia Kwapis, uma adolescente de apenas 14 anos, que se tornou símbolo da tragédia que devastou a cidade.

De acordo com familiares, Julia estava na casa de uma amiga quando o fenômeno atingiu a região com ventos superiores a 250 km/h. A força do tornado foi tamanha que a jovem foi arrastada por dezenas de metros, ficando gravemente ferida. Ela foi socorrida e levada para o Hospital São José, em Laranjeiras do Sul, município vizinho, mas não resistiu aos ferimentos.

Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo, a mãe da adolescente, profundamente abalada, contou que a família passou a noite inteira sem informações sobre o paradeiro da filha. “Ela foi arrastada, jogada pelos ventos… chegou ao hospital em estado muito grave. Está muito machucada”, relatou entre lágrimas. A jovem se preparava para receber o sacramento da Crisma no sábado (8), e a família planejava uma pequena comemoração.

 

Tornado no Paraná por Reprodução/ Redes sociais

O fenômeno natural foi classificado pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) como EF3, numa escala que vai até cinco — categoria que representa ventos extremamente destrutivos, capazes de arrancar árvores, demolir casas inteiras e lançar veículos pelo ar.

Segundo o governador Ratinho Júnior (PSD), a situação em Rio Bonito do Iguaçu é crítica: cerca de 80% da cidade foi destruída, com colapso estrutural em prédios, destelhamentos e quedas de energia. A Defesa Civil informou que 437 pessoas ficaram feridas, sendo nove em estado grave, e mais de 10 mil moradores foram afetados direta ou indiretamente pela catástrofe.

Entre as seis vítimas fatais, cinco são da própria cidade — dois homens de 49, 57 e 83 anos, uma mulher de 47 e Julia, de 14. A sexta morte foi registrada em Guarapuava, onde um homem de 53 anos morreu soterrado. Os nomes das demais vítimas não foram divulgados até o momento.

Relatos de sobreviventes descrevem o tornado chegando com estrondos, chuva intensa e granizo. “Era como se um avião estivesse passando em cima da casa. Tudo voava, telhas, móveis, carros. Nunca vi nada igual”, contou um morador. Equipes de resgate, voluntários e forças de segurança continuam atuando para remover escombros e distribuir ajuda humanitária.

O governo estadual decretou situação de emergência em Rio Bonito do Iguaçu e municípios vizinhos. A Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Exército trabalham no atendimento às vítimas e na reconstrução das áreas mais afetadas.

A tragédia reacende o debate sobre os efeitos das mudanças climáticas no Brasil e a necessidade de melhor estrutura de prevenção e alerta meteorológico. Para os moradores, no entanto, o momento é de luto e solidariedade. A pequena Julia, que sonhava em ser professora, agora é lembrada como uma das jovens vítimas de um fenômeno natural devastador.

Fonte: Giuliana Mancini, correio 24 horas.