As contas externas do país fecharam com saldo negativo de US$ 5,1 bilhões em junho, 50% a mais do que no mesmo mês do ano passado. Nos doze meses acumulados até junho, o déficit é de US$ 73 bilhões. O relatório foi divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central.
Nesse cálculo entram os gastos do país com exportações e importações de bens e serviços, remessas de dinheiro para o exterior e investimentos estrangeiros.
No comércio internacional, ainda estamos no azul, apesar das importações seguirem aumentando. Mas esse crescimento não é necessariamente ruim, explica o economista e professor da UnB, Cesar Bergo.
“Muito delas feitos de bens de capitais. Isso é importante para a formação de uma indústria mais moderna e acaba garantindo um crescimento mais sustentável para o país. Então não é ruim as importações aumentarem, desde que tenham qualidade, dependendo dos gastos que estão sendo feitos.”
Para o professor, as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos podem ter um impacto bastante negativo sobre o balanço brasileiro, caso entrem em vigor dia 1º de agosto.
“Porque as exportações dos Estados Unidos respondem por 12% da nossa balança comercial. Não tenha dúvida de que vai ter um impacto sim, caso não busquem uma alternativa, não só nas expectativas, porque elas nem começaram e já começaram a impactar as remessas de produtos para o mercado americano, como mel, como a carne.”
Segundo o Banco Central, os investimentos estrangeiros no Brasil somaram quase US$ 3 bilhões no mês passado. Menos da metade do que foi em junho de 2024.
E os gastos de brasileiros no exterior foram de US$ 1,3 bilhão. Enquanto, os turistas estrangeiros gastaram US$ 539 milhões por aqui.
Fonte: Rádio Agência Nácional
