Estudo recente, apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia, em Madri, na Espanha, sugere que a vacinação contra o herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, pode reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares graves, como infarto e acidente vascular cerebral.
A pesquisa reuniu 19 trabalhos científicos e avaliou dados de quase duas décadas de estudos para testar a eficácia da vacina e observar o efeito da imunização contra o herpes-zóster, em ocorrências cardiovasculares. De acordo com os pesquisadores, foi verificada uma diminuição de 18% nos eventos cardiovasculares em adultos vacinados acima de 18 anos e de 16% entre pessoas com mais de 50 anos.
Apesar dos resultados, os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos para confirmar se a vacina contra o herpes-zóster, usada para prevenir a doença, de fato, está associada a um risco estatisticamente significativo menor de ataques cardíacos e AVCs. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, doutor Alberto Chebabo, o trabalho reforça um conceito já observado com outras vacinas, como a da gripe.
“Cada vez saem mais dados demonstrando que as doenças infecciosas, elas aumentam a inflamação e esse aumento de inflamação leva a um risco maior de eventos cardiovasculares. Então, as vacinas, como da influenza e a própria vacina de zóster, agora nesse trabalho, elas reduzem esse risco, porque elas vão reduzir a chance de um quadro infeccioso, reduzem a chance desse quadro infeccioso levar a esse aumento de inflamação e com isso aumentar o risco vascular. Então, as vacinas que funcionam como um agente protetor de inflamação e também como agente protetor de eventos cardiovasculares”.
De acordo com a OMS, Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte em todo o mundo.
O herpes-zóster é causado pelo vírus Varicela-Zóster, o mesmo da catapora, esclarece o Ministério da Saúde. Após a infecção inicial, o vírus permanece latente, sem efeitos perceptíveis, no sistema nervoso e pode reativar, levando ao cobreiro em cerca de uma a cada três pessoas ao longo da vida.
Fonte: Rádio Agência Nácional