Homem é preso por estuprar e torturar neta de seis anos em Manaus — Foto: Divulgação/PC-AM
MANAUS, AM – Um caso de horror e crueldade indizíveis veio à tona no bairro São José Operário, em Manaus, chocando a comunidade e revelando a face mais perversa da violência doméstica. Um homem de 48 anos foi preso pela Polícia Civil do Estado do Amazonas (PCAM) nesta quarta-feira (30), acusado de cometer crimes sexuais e tortura contra a própria filha, de 23 anos, e sua neta, uma criança de apenas seis anos. As investigações revelaram detalhes macabros, como o avô escondendo a neta dentro de uma máquina de lavar roupas para que ela não presenciasse os abusos contra a mãe.
A barbárie que perdurou por anos foi finalmente descoberta graças a uma denúncia anônima, que chegou ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar. As autoridades, agindo com a urgência que o caso exigia, iniciaram uma apuração minuciosa que desvendou o pesadelo vivido pelas vítimas. Segundo os investigadores, os crimes vinham ocorrendo desde meados de 2022, período que coincide com o falecimento da matriarca da família, mãe e avó das vítimas, que faleceu em decorrência de um câncer. A ausência da figura materna, que talvez fosse um anteparo ou uma fonte de apoio, parece ter aberto caminho para a escalada dos abusos.
Os detalhes revelados pelos investigadores são de cortar o coração. Além de estuprar a neta de seis anos, o homem também a submetia a sessões de tortura, cortando seus cabelos como uma forma cruel de punição. Contudo, o nível de depravação ia além: para que a criança não testemunhasse os estupros cometidos contra a própria mãe – sua filha biológica –, o agressor utilizava uma máquina de lavar como esconderijo. A menina era forçada a permanecer dentro do eletrodoméstico até o término da sessão de tortura e abuso contra a mãe, uma atitude que revela uma perversidade sem limites e um trauma indizível para ambas as vítimas. A máquina de lavar também era utilizada como local de punição para a menina quando ela, em sua inocência infantil, fazia algo que desagradava o agressor.
Para garantir que os abusos ocorressem sem resistência ou que as vítimas tivessem memórias claras dos atos, o avô e pai agressor, em algumas ocasiões, sedava ambas com medicamentos. Em um depoimento dilacerante, a mãe da criança relatou que por diversas vezes acordava com marcas pelo corpo, sentindo fortes dores nas genitais e nas pernas, evidências físicas dos abusos sofridos durante o sono.
A manutenção do segredo sobre os estupros por parte da mãe da criança é compreensível e trágica. Segundo a polícia, o homem era o único provedor da família, e essa dependência econômica, somada às constantes ameaças que ele proferia contra todos os moradores da casa, criava um ciclo de silêncio e medo. As vítimas estavam presas a um ambiente de terror, sem aparente saída.
No momento da prisão, realizada na residência onde o suspeito e as vítimas viviam, no bairro São José Operário, a polícia encontrou evidências que reforçam as acusações: emaranhados de fios de cabelo (possivelmente da menina) e caixas vazias de tadalafila, um medicamento que pode ser associado a disfunção erétil, e que pode ter sido usado para intensificar a violência dos crimes sexuais.
Em seu interrogatório, o homem negou veementemente os crimes, tentando de forma descarada atribuir a culpa ao seu outro filho, um adolescente que também morava na mesma casa que as vítimas. Essa tentativa de desviar a investigação e incriminar um menor inocente demonstra a falta de escrúpulos do agressor.
A Justiça, ciente da gravidade e da vulnerabilidade das vítimas, concedeu medidas protetivas emergenciais para a mãe e a criança, garantindo sua segurança e afastamento do agressor. O homem já foi indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável e ameaça, e as investigações continuam para aprofundar as provas e garantir que a justiça seja feita diante de tamanha atrocidade.
Fonte: Governo do Piauí