Carnaval de Corumbá: Escolas de Samba Alertam para Atraso Crítico no Repasse de Verbas

O Carnaval de Corumbá, marcado para daqui a menos de 120 dias, está em risco devido ao atraso da Prefeitura Municipal na definição do valor e na data de repasse da primeira parcela da verba às escolas de samba. Profissionais do carnaval alertam que não é possível produzir o evento em menos de 30 dias, citando um precedente de 2017. O radialista Joel de Souza critica a inércia da atual gestão em comparação com o planejamento do governo anterior, que iniciava o repasse em setembro. Ele defende o carnaval como uma política pública essencial, geradora de milhares de empregos temporários, e cobra que a administração pare de buscar eventuais narrativas e cumpra seu papel de liberar os recursos. A LIESCO e a Prefeitura precisam urgentemente apresentar um projeto para garantir a realização da festa.

Faltando menos de 120 dias para o evento, Prefeito não definiu valor ou data para a primeira parcela do apoio, levantando o fantasma do ‘Carnaval de 30 dias’ e gerando preocupação na Liga das Escolas.

A comunidade carnavalesca de Corumbá vive um momento de grande apreensão. Faltando menos de 120 dias para o início do carnaval (MAIOR DO CENTRO-OESTE), a Prefeitura Municipal ainda não definiu a data para o repasse da primeira parcela da verba oficial às escolas de samba, nem sequer o valor que será destinado. A situação é considerada “preocupante” por um integrante de uma das agremiações, que alertou para o risco de não se conseguir realizar um evento de qualidade com o tempo apertado.

Atrasos no início dos preparativos comprometem a execução do trabalho, que é minucioso e exige meses de dedicação. A única vez que a cidade conseguiu realizar um “Carnaval de 30 dias” foi em 2017, quando a nova administração de Ruiter Cunha (e seu vice, Marcelo Iunes) que assumiu em janeiro, sem recursos disponíveis, conseguindo organizar o desfile em tempo recorde. No entanto, o radialista Joel de Souza critica a inércia da atual gestão, comparando a situação com a política adotada pelo então prefeito Marcelo Iunes, que, nos anos anteriores, já no mês de setembro, liberava a primeira parcela para que as escolas pudessem comprar materiais e iniciar os trabalhos.

O Carnaval é classificado não apenas como uma festa, mas como uma política pública que gera milhares de empregos temporários e traz retorno econômico para a cidade. A preocupação estende-se a toda a cadeia produtiva, desde os barracões das escolas (onde artesãos e costureiras defendem seu dinheiro de forma digna) até os pequenos empreendedores que vendem lanches e bebidas nas quadras de ensaio e nas imediações da festa.

O radialista rechaça o argumento de que recursos da Cultura estariam sendo desviados para a Saúde ou Educação, enfatizando que cada setor possui verbas garantidas no orçamento que não podem ser remanejadas. Além disso, critica a administração por supostamente culpar a gestão anterior pelos problemas, afirmando que a atual gestão “não tem uma obra, não tem um projeto com a digital” própria.

A Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (LIESCO) e a Prefeitura precisam urgentemente definir os valores para que as escolas e o Governo do Estado (que também investe) possam se organizar.

Reportagem: Joel de Souza Foto: Reprodução Prefeitura de Corumbá