Espargido pelo cheiro gulosice e pelo sabor de frutas, o cigarro eletrônico pode esconder riscos graves à saúde e fomentar um vício ainda mais intenso que o cigarro tradicional. Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas de 15 a 24 anos representam 70% dos usuários.
Desde de 2009, é proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento e propaganda desses produtos pela Anvisa, Escritório Vernáculo de Vigilância Sanitária. Mas, a norma não trata do uso individual, mas a utilização do dispositivo é vedada em envolvente coletivo fechado.
De contrato com o pneumologista André Nathan, além do prazer momentâneo, grande secção dos jovens recorrem ao cigarro eletrônico por acreditarem que ele seja uma opção menos nociva ao cigarro convencional. Mas essa percepção não está correta.
Esse tipo de tabaco eleva ainda mais o risco de desenvolver infecções respiratórias, convulsões, AVC, e aumenta, até mesmo, o risco de cancro pulmonar, explica André Nathan:
“Em primeiro lugar, pela quantidade de nicotina, a concentração de nicotina que o cigarro eletrônico tem, ele gera um vício muito mais intenso do que o cigarro convencional, o que já, por si só, já é muito ruim. São substâncias cancerígenas também, são substâncias que causam inflamação no pulmão, causam descompensação de doenças crônicas, porquê asma e bronquite crônica, mas que também podem fomentar doenças mesmo indivíduos saudáveis”.
Carlos Terreno, morador do Mato Grosso do Sul, de 23 anos, conta que chegou a usar o Pods, um tipo de cigarro eletrônico, durante quatro anos. Em seguida debutar a ter crises de tosse seca e cansaço fora do normal, ele decidiu tentar parar de fumar:
“Eu comecei a sentir umas tosses secas, falta de ânimo e muito cansaço. Parar com o pods de uma hora pra outra é muito difícil. Eu tinha conseguido parar com o cigarro, mas depois de uns três meses, comecei a usar o pods. Ele é mais alcançável, logo você acaba usando em qualquer lugar, até no trabalho, porquê foi no meu caso. Ele vira secção da rotina. Tentei parar de uma vez, não consegui. Logo resolvi ir diminuindo, e assim estou conseguindo parar. Já percebo uma melhora grande: as tosses sumiram, meu ânimo voltou e me sinto muito mais disposto”.
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferece tratamento gratuito para quem procura parar de fumar. O atendimento é realizado nas Unidades Básicas de Saúde e inclui séquito profissional, orientação individual e em grupo, além da oferta de medicamentos.
* Com supervisão de Roberta Lopes
Manadeira: Rádio Escritório Nácional