Desleixo vacinal impede cumprimento de metas de imunização infantil

Abandono vacinal impede cumprimento de metas de imunização infantil

Mesmo com progressão na cobertura vacinal posteriormente a pandemia de covid-19, a proteção ainda não alcançou todas as crianças brasileiras. De negócio com o Anuário VacinaBR 2025, nenhuma das vacinas do calendário infantil bateu a meta de cobertura estabelecida pelo Programa Pátrio de Imunizações (PNI) em todos os estados em 2023.

O levantamento produzido pelo Instituto Questão de Ciência, com espeque da Sociedade Brasileira de Imunizações e do Unicef revela que somente 32% dos mais de 5.570 municípios do país atingiram a meta de cobertura para as vacinas pentavalente, poliomielite, pneumo-10 e tríplice viral, consideradas essenciais para a proteção da saúde infantil.

O Ceará lidera com 59% das cidades imunizando adequadamente o público-alvo. No outro extremo, o Acre registrou somente 5% de municípios de cobertura vacinal. A vacina BCG, aplicada em recém-nascidos ainda na maternidade, alcançou a meta de cobertura em somente oito unidades federativas.

Em 11 estados, a taxa ficou aquém de 80%, com destaque negativo para o Espírito Santo, onde somente 58% dos bebês foram vacinados. Ainda assim, alguns municípios conseguiram atingir 100% do público-alvo.

No caso da vacina contra a febre amarela, mesmo com a ampliação da recomendação em todo o território pátrio, ainda há registros de óbitos em áreas específicas, o que reforça a urgência em manter e intensificar as ações de vacinação e vigilância epidemiológica.

Entre os principais obstáculos para saber as metas está o desleixo vacinal, mormente em imunizantes que exigem mais de uma ração – porquê o da tríplice viral –, que engloba a de sarampo, caxumba e rubéola. A interrupção do esquema vacinal pode comprometer a eficiência da imunização e aumenta o risco de outras doenças já controladas.

As taxas de desleixo, quando a pessoa recebe somente primeira ração, mas não completa o esquema vacinal, continuam estáveis desde 2018.

*Com supervisão de Fabiana Sampaio, da Rádio Pátrio


Manadeira: Rádio Sucursal Nácional