Políticos envolvidos em esquema de desvio de emendas parlamentares serão investigados, independentemente de quem for, mas sem caça às bruxas ou perseguição política. A garantia é do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que conversou com jornalistas nesta segunda-feira (15). Três dias depois da operação da PF que cumpriu mandados na Câmara dos Deputados e que teve como alvo uma ex-assessora do ex-presidente da Casa, Arthur Lira. Ela seria a coordenadora de um esquema de desvio de emendas do orçamento secreto.
Durante a conversa com os jornalistas, Andrei Rodrigues pediu para que as falas dele não fossem reproduzidas em áudio e afirmou não se pode “criminalizar as emendas e a atividade política”, mas que os culpados serão investigados e responsabilizados.
Ele ainda falou que a criminalidade é responsabilidade de todos. E completou: “a soltura de um preso ligado ao crime organizado não é ‘razoável'”, numa referência à soltura do deputado Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, que é a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Bacelar foi preso acusado de vazar informações sigilosas sobre uma operação que prendeu o deputado estadual TH Joias. Dias depois, a Alerj aprovou a soltura dele.
Andrei Rodrigues foi claro: “não adianta fazer discurso de enfrentamento ao crime organizado e, depois, na hora de votar, apertar o botão do ‘soltar’”. É preciso agir com mais rigor e menos anistia, chegar aos financiadores e nos líderes do esquema.
Ele ainda confirmou a prisão, no fim de semana, do filho de um empresário garimpeiro em Manaus, por ter ajudado o deputado Alexandre Ramagem a fugir para os Estados Unidos. Esse rapaz está sendo interrogado e outros envolvidos nesse plano de fuga serão investigados. Ramagem foi condenado pela tentativa de golpe e fugiu para Miami para escapar da condenação.
Sobre o caso Master, Andrei Rodrigues disse que o encaminhamento para o Supremo Tribunal Federal (STF) não trouxe prejuízos às investigações. Ele confirmou a presença de autoridade com foro privilegiado e afirmou que a apuração do caso continua com cautela para evitar nulidades no processo.
Fonte: Agência Brasil






