Dois homens se mataram em distribuidora na madrugada deste domingo (09).
O ambiente de lazer e confraternização da distribuidora de bebidas “UPA”, localizada no centro de Campinápolis, foi subitamente transformado em palco de um confronto mortal na madrugada do último domingo (09 de novembro). A violência irrompeu de uma rivalidade pré-existente entre dois homens: Nivaldo de Souza Lima, de 52 anos, e Sidimar Serafim Silva, de 42 anos.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.) e o relato de testemunhas, a discórdia girava em torno de uma mulher, sendo Sidimar o atual namorado da ex-companheira de Nivaldo.
O Início da Agressão e a Promessa de Retorno
A tragédia começou a se desenhar quando Sidimar estava no estabelecimento e Nivaldo chegou ao local a bordo de uma caminhonete. Um acalorado desentendimento se iniciou, culminando na saída de Nivaldo do local, mas não sem antes proferir ameaças, prometendo retornar em posse de uma arma.
A promessa foi fatalmente cumprida pouco tempo depois. Nivaldo voltou ao local, e a discussão recomeçou, atingindo um ponto de não-retorno. Ele teria investido contra Sidimar, agarrando-o pelo pescoço e afirmando que iriam “acertar as contas”. A reação de Sidimar foi imediata e desesperada: ele sacou uma faca e desferiu múltiplos golpes contra o seu rival.
Facadas e Tiros: O Homicídio Mútuo
Mesmo ferido pelas facadas, Nivaldo de Souza Lima conseguiu sacar uma arma de fogo e reagir à agressão. Ele efetuou disparos contra Sidimar Serafim Silva, que caiu desacordado no chão, atingido pelos tiros.
A cena se tornou ainda mais caótica. Nivaldo, gravemente ferido pelos golpes de faca, tentou empreender fuga utilizando sua caminhonete. Contudo, os ferimentos comprometeram sua capacidade de dirigir. O veículo, desgovernado, colidiu inicialmente com outro automóvel, na sequência atingiu um relógio público na praça central e, por fim, invadiu um terreno baldio próximo.
O socorro foi acionado imediatamente. Equipes do Hospital Municipal e da Polícia Militar de Campinápolis se dirigiram aos locais dos confrontos e do acidente. No entanto, o desfecho trágico já estava consumado: tanto Nivaldo quanto Sidimar já estavam sem vida ao receberem o atendimento.
Procedimentos Periciais e Prisão por Desacato
A cena do crime, incluindo a distribuidora e os locais da colisão do veículo, foi isolada e deixada sob a responsabilidade da Polícia Judiciária Civil (PJC) e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso. A perícia técnica é crucial neste momento para traçar a dinâmica exata dos fatos, confirmar o número de facadas e disparos, e correlacionar os ferimentos com a causa da morte de cada um. A arma utilizada, que seria um revólver, foi apreendida no local com seis munições deflagradas, e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmará a causa mortis de ambos.
Em meio à confusão e ao tumulto que se formou após o crime, a Polícia Militar ainda precisou lidar com a prisão de uma terceira pessoa, um homem que foi detido por desacato e ameaças proferidas contra os policiais durante o atendimento da ocorrência, sendo conduzido à delegacia local.
A Polícia Civil de Campinápolis segue com a investigação, que deve se concentrar em ouvir mais testemunhas e analisar os laudos periciais para fechar o inquérito de um caso que serve como um grave alerta sobre a escalada da violência em conflitos passionais no interior do estado.
Fonte: RepórterMT




