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A Rota Corumbá-MG e a Tática da Carga Lícita
O Mato Grosso do Sul, em virtude de sua localização estratégica na fronteira com a Bolívia – um dos maiores produtores de cocaína do mundo –, é historicamente um dos principais corredores para o escoamento de entorpecentes no Brasil. O flagrante desta quinta-feira (6), em Campo Grande, capital do estado, evidenciou mais uma vez a sofisticação das táticas utilizadas pelas organizações criminosas.
A apreensão, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso do Sul (FICCO/MS), ocorreu durante uma fiscalização de rotina ou após trabalho de inteligência na capital. O alvo era um caminhão de grande porte que transportava uma carga aparentemente legal de minério de ferro. No entanto, sobre a massa de material lícito, os agentes localizaram o que, de fato, era o objeto principal da viagem: cerca de 100 kg de cloridrato de cocaína.
A cocaína, uma droga de alto valor agregado no mercado ilegal, estava cuidadosamente acondicionada em várias bolsas de viagem. Este tipo de ocultação é frequentemente empregado por traficantes que exploram a vasta logística do transporte de commodities para camuflar o ilícito, como é o caso das cargas de minério que saem da região do Pantanal, em Corumbá.
O Valor Milionário e o Rastro do Entorpecente
O veículo partiu da fronteiriça Corumbá, ponto conhecido de entrada da droga boliviana no território nacional, e tinha como destino final o município de Sete Lagoas, em Minas Gerais. Minas Gerais, além de ser um importante mercado consumidor, serve como ponto de distribuição para o Sudeste e Nordeste do país, ressaltando o caráter interestadual da operação criminosa desarticulada.
Considerando o valor do quilo do cloridrato de cocaína no mercado atacadista, que em rotas interestaduais pode ultrapassar a casa dos R$ 20 mil a R$ 30 mil por quilo (a depender da pureza e do destino), a apreensão de 100 kg representa um prejuízo estimado de milhões de reais para a facção criminosa responsável pela remessa. Este golpe financeiro é um dos principais objetivos da atuação da FICCO.
A Força da Integração Policial
O motorista do caminhão foi imediatamente detido em flagrante e conduzido, junto com a droga e o veículo, à Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. Ele deve responder pelos crimes de tráfico interestadual de drogas. A investigação agora se aprofunda para identificar os responsáveis pela logística, os mandantes e a organização criminosa por trás do esquema.
A FICCO/MS, peça-chave nesta apreensão, é um modelo de sucesso de cooperação entre as agências de segurança. Ela é integrada por diversas instituições federais e estaduais, como a Polícia Federal, Polícia Penal Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Penal, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), além da Guarda Municipal de Campo Grande/MS e da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande/MS. Essa união de esforços e inteligência tem sido fundamental para desmantelar complexas redes de tráfico de drogas, armas e crimes transfronteiriços.
Fonte: Policia federal do MS.




