O texto com as medidas emergenciais que o governo vai tomar para salvar a economia brasileira do tarifaço dos Estados Unidos já está pronto para ser apresentado ao presidente Lula. O conteúdo prioriza os pequenos produtores e pode virar uma medida provisória. É o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (6).
“O anúncio formal não cabe a mim. O texto sai daqui hoje, está pronto. Ontem nós procuramos entender a encomenda do presidente em relação ao detalhamento. Nós dissemos para ele que a questão empresa por empresa não precisa evidentemente ser tratada em lei, pode ser objeto de regulamentação; ele que vai julgar conveniente. Possivelmente terá que ser uma medida provisória para entrar em vigor imediatamente.”
O ministro Fernando Haddad afirmou que quer explicar a diferença entre os poderes aqui no Brasil para o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, com quem se reúne, de forma virtual, na semana que vem.
“Obviamente que, a depender da qualidade da conversa, ela pode se desdobrar numa reunião de trabalho presencial, com os ânimos já orientados no sentido de um entendimento entre dois países. Um relacionamento de 200 anos, que não faz o menor sentido com o que nós estamos vivendo nesse momento. A questão da política tem que ser tratada na esfera da política. O Poder Judiciário tem independência, o Congresso tem independência, o Poder Executivo vai agir no sentido de garantir a soberania nacional. Nós queremos abrir a negociação, superar esse desentendimento e normalizar as relações.”
Começaram a valer nesta quarta (6) as novas taxas que Donald Trump impôs a diversos produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos. A medida, segundo Trump, foi uma resposta às ações do Judiciário brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no inquérito da tentativa de golpe que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Fernando Haddad disse que o governo está buscando formas de amenizar os impactos do tarifaço em diversos setores do país, mas disse que é preciso, também, a união de governadores e empresários na tentativa de reverter a situação.
“Os estados estão sendo afetados. Os governadores que têm proximidade com a extrema-direita têm que fazer valer as prerrogativas do seu mandato. Não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder embaixo da cama e desaparecer. Tem que defender os interesses do seu estado; passar a mão no telefone, ligar para a oposição, pedir para parar de atrapalhar o país. O mesmo vale para o empresariado. [Serão] muito bem-vindos todos. Nós vamos receber todos o quanto for necessário. Mas é preciso também fazer gestão junto à oposição para acabar com essa história.”
Haddad citou, ainda, que um relatório está sendo elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para ser enviado à Casa Civil. O documento detalha a situação de cada empresa brasileira diante do tarifaço.
Fonte: Rádio Agência Nácional