Reuniões e iniciativas visam fortalecer a luta contra atividades ilícitas e a segurança pública na região.
Em um momento crucial na luta contra o crime organizado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da cooperação entre os países sul-americanos durante a Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu. Neste encontro, líderes de Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai se reuniram para discutir temas relevantes e urgentes, em especial a questão da segurança pública, que têm grande impacto nos cidadãos da região.
Segundo Lula, o crime organizado é uma questão que deve ser prioridade para o Mercosul, independentemente das diferentes orientações políticas dos governos que compõem o bloco. Ele enfatizou que as instituições democráticas fragilizadas abrem espaço para o crescimento de atividades ilícitas, e que o fortalecimento das instituições é vital para um futuro mais seguro.
“A segurança pública é um direito do cidadão e um dever do Estado, independentemente de ideologia. O Mercosul demonstrou disposição de enfrentar as redes criminosas de forma conjunta”, afirmou o presidente. Lula mencionou diversas iniciativas já em andamento na região, como a criação de uma comissão destinada a implementar uma estratégia comum contra o crime organizado transnacional. Além disso, um grupo de trabalho especializado foi instituído com o objetivo de recuperar ativos e cortar as fontes de financiamento de atividades ilícitas.
Uma das áreas que Lula ressaltou foi a necessidade de regulação dos ambientes digitais como parte integral da luta contra o crime organizado. A proposta inclui convocar uma reunião internacional com ministros da segurança pública para discutir como fortalecer a colaboração sul-americana nessa área. Ele alertou para as consequências de um ambiente digital sem regras, afirmando que “a liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras” e que medidas precisam ser tomadas para proteger os dados pessoais e a integridade dos jovens na internet.
Além do crime organizado, a violência de gênero também foi um tema central nas discussões de Lula. Ele mencionou que a América Latina é uma das regiões mais perigosas do mundo para as mulheres, com dados alarmantes apontando que 11 mulheres são assassinadas diariamente. O presidente enviou ao Congresso Nacional um acordo que permitirá que mulheres beneficiadas por medidas protetivas em um país do bloco tenham a mesma proteção nos demais. Lula também propôs a criação de um pacto entre os países do Mercosul com o objetivo de combater o feminicídio e a violência contra a mulher, destacando que a proteção e o respeito à vida das mulheres são de extrema urgência.
Durante seu discurso, Lula não deixou de abordar a crescente tensão e os riscos de um conflito militar na América do Sul, com foco na ameaça de intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela. Essa situação é vista como um potencial gatilho para um novo conflito armado na região. Ele pontuou que a presença de forças militares de uma potência extrarregional é um fator preocupante e que a tentativa de intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária.
“A intervenção armada na Venezuela seria não apenas desastrosa para os cidadãos venezuelanos, mas também representaria um histórico perigoso para a América do Sul e o mundo”, advertiu Lula. Em sua fala, ele reafirmou a importância da democracia como um valor fundamental e lembrou que o Brasil enfrentou e superou uma tentativa de golpe de Estado, com as instituições se mostrando capazes de responder a ameaças à democracia.
“A democracia brasileira sobreviveu ao mais duro atentado sofrido desde o fim da ditadura. As instituições agiram, os culpados foram julgados e as contas com o passado foram acertadas. O Brasil demonstra sua maturidade democrática”, destacou o presidente.
Com a Cúpula do Mercosul, os líderes sul-americanos assumem compromissos significativos em prol da segurança pública e da proteção de direitos humanos. A luta contra o crime organizado e a violência de gênero são desafios contínuos que exigem esforços colaborativos e integrados entre os países da região, mostrando que, mais do que nunca, a união é a chave para enfrentar os grandes problemas que assolam a América do Sul.
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