Morre José Maria Marin, ex-presidente da CBF, aos 93 anos: figura polêmica do futebol brasileiro deixa legado controverso

José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), faleceu neste domingo (20), aos 93 anos, após passar mal em casa e ser internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Marin foi uma figura central no comando do futebol nacional entre 2012 e 2015, mas sua trajetória ficou marcada por escândalos de corrupção internacional. A morte do ex-dirigente reacende o debate sobre sua influência no futebol e os impactos de sua gestão.
Tomaz Silva/Agência Brasil

 

Na madrugada deste domingo, 20 de julho de 2025, faleceu aos 93 anos, em São Paulo, José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Marin estava em sua residência quando sofreu um mal súbito. Ele chegou a ser levado ao Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, mas não resistiu.

Natural de São Paulo, José Maria Marin teve uma trajetória marcada por passagens tanto pela política quanto pelo esporte. Antes de assumir a presidência da CBF, Marin foi deputado estadual, vice-governador e governador do estado de São Paulo, além de vereador da capital paulista. Formado em Direito, iniciou sua vida pública ainda nos anos 1960, transitando entre a política e o universo esportivo — o que o levou a ocupar cargos na Federação Paulista de Futebol (FPF) e, posteriormente, na própria CBF.

Marin chegou ao cargo mais alto da confederação em 2012, após a renúncia de Ricardo Teixeira, em meio a fortes pressões e denúncias de corrupção. Sua gestão seguiu até 2015, período em que o Brasil sediou a Copa do Mundo de 2014. Durante sua presidência, foi inaugurada a nova sede da CBF, no Rio de Janeiro, que chegou a ser batizada com seu nome, uma homenagem removida posteriormente por decisão da diretoria seguinte.

Contudo, sua carreira no futebol não ficou restrita às realizações administrativas. Em maio de 2015, Marin foi preso na Suíça por envolvimento em um dos maiores escândalos da história do esporte: a investigação do FBI sobre corrupção na FIFA, conhecida como “FIFA Gate”. O ex-dirigente foi acusado de receber cerca de US$ 6,5 milhões em propinas para intermediar contratos de direitos de transmissão de grandes campeonatos, como a Copa Libertadores e a Copa América.

Condenado pela Justiça dos Estados Unidos, Marin passou um período em prisão domiciliar em Nova York. Em 2020, devido à pandemia da Covid-19 e sua condição de saúde delicada, obteve liberdade antecipada por motivos humanitários.

A morte de Marin reacende discussões sobre ética no esporte e o papel das lideranças no futebol nacional. Embora tenha tido uma carreira marcada por altos cargos e proximidade com momentos importantes da história esportiva brasileira, seu nome ficou indelevelmente ligado a escândalos que abalaram a credibilidade das instituições do futebol.

Atualmente, a sede da CBF ostenta apenas a inscrição “Casa do Futebol Brasileiro”, uma tentativa da atual gestão de se desvincular das figuras envolvidas em atos de corrupção no passado. A entidade ainda não divulgou nota oficial sobre o falecimento.

Marin deixa esposa, filhos e netos. O velório e enterro devem ocorrer em cerimônia privada para familiares e amigos próximos.

20/07/2025 às 10:13 |

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