No início do século XX, nas terras ribeirinhas da Baixa da Xanda, em Parintins, uma história de fé e tradição começou a se traçar.
Era 1913, quando Lindolfo Monteverde, fruto de assorianos, ficou doente. Desesperado, apelou para São João Batista com uma promessa. Se ficasse bom, construiria um boi que sairia todos os anos no mês de junho, em homenagem ao santo. A tratamento veio, e essa é a origem do Boi Reservado, também publicado porquê o Boi da Promessa.
A escolha do nome Reservado tem origem peculiar. Antigamente, o festival não era apresentado no bombódromo, mas sim pelas ruas e calçadas de Parintins, alegrando as famílias da cidade de porta em porta. Nas disputas, os bois brincavam, mas também se confrontavam com desafios e brigas inevitáveis. Quando se encontravam, ninguém queria ceder. Um encontro com um boi contrário significava pugna certa. Porquê a cabeça do boi branco e vermelho raramente voltava quebrada ou riscada, Monte Verdejante dizia que o seu boi era guardado nos combates com outros bois da idade.
Em 1988, ano de inauguração do atual bombódromo, o Reservado venceu o primeiro festival. A grande inovação e destaque daquele ano foi a toada a Mãe Catirina. A toada causou tanto alvoroço na arquibancada vermelha do bombódromo que os engenheiros da estádio deixaram a ilhota de manhã, no segundo dia de festival, temendo que a estrutura desabasse. A suspeita se confirmou. Parafusos foram encontrados soltos nos corredores sobre a arquibancada depois o festival.
A era de ouro do Reservado veio com a conquista do único penta campeonato da história do festival folclórico até hoje, sagrando-se vencedor de 1980 a 1984. Hoje, quando milhares de pessoas se reúnem no bombódromo de Parintins para testemunhar ao espetáculo do Reservado testemunham mais que uma apresentação artística. É a ininterrupção de uma promessa sagrada que um varão simples fez ao santo de devoção. É mal a história se repetua por meio da fé, da arte e do compromisso com as raízes.
Natividade: Rádio Escritório Nácional
