Polícia Federal Desarticula Esquema Milionário de Fraude Migratória e Social na Operação Falsas Raízes

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (11/11) a Operação Falsas Raízes para desmantelar uma sofisticada associação criminosa especializada na obtenção fraudulenta de documentos migratórios para estrangeiros, visando o acesso ilícito a programas assistenciais e previdenciários brasileiros. O esquema, que operava com a falsificação de comprovantes de residência e outros documentos, causou um prejuízo estimado em R$ 4,5 milhões aos cofres públicos, revelando a vulnerabilidade dos sistemas de registro e concessão de benefícios. A ação policial resultou no cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens.
Imagem: Ilustração

A manhã desta terça-feira (11) foi marcada por uma expressiva ação da Polícia Federal em diferentes pontos do país, com o lançamento da Operação Falsas Raízes. O objetivo central da investida é desarticular uma engenhosa associação criminosa que vinha atuando na intermediação e concretização de fraudes que afetavam duplamente o Estado brasileiro: primeiro, pela burla no sistema de controle migratório e, em seguida, pelo desvio de recursos públicos destinados a programas sociais essenciais.

As investigações, que se estenderam por meses, mapearam a atuação de um grupo altamente organizado. A célula criminosa tinha como principal modus operandi a criação de vínculos fictícios com o território nacional para viabilizar a regularização migratória de estrangeiros. Para tanto, eram utilizados documentos ideologicamente falsos, como declarações de residência forjadas, contratos de aluguel simulados e outros artifícios documentais, que davam a falsa impressão de que os indivíduos preenchiam os requisitos legais para a obtenção de residência no Brasil.

 

O Duplo Golpe Contra os Cofres Públicos

 

Uma vez com os documentos de identificação e registro migratório em mãos, a atuação do grupo se intensificava, focando na segunda fase do esquema: a solicitação indevida de benefícios sociais. Os alvos primários eram programas de alto impacto social, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), voltado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, e o Programa Bolsa Família, de transferência de renda.

A inclusão desses indivíduos, cujos vínculos com o país eram falsos, em programas de assistência social e previdenciária, gerou um volume considerável de prejuízo aos cofres da União. Dados preliminares da PF indicam que as fraudes causaram um dano estimado em R$ 4,5 milhões. Este valor reflete não apenas o montante já desviado, mas também o prejuízo potencial que o esquema continuaria a causar caso não fosse interrompido.

A complexidade do esquema exigiu uma resposta robusta da Polícia Federal. Foram expedidos 35 mandados de busca e apreensão pela Justiça Federal. A operação não se limitou à coleta de provas documentais e eletrônicas; também foram determinadas medidas de sequestro de bens, incluindo 10 veículos, e o bloqueio de ativos financeiros dos principais envolvidos, visando a recomposição do erário público.

Os investigados deverão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, estelionato majorado (em razão do prejuízo causado a ente público) e falsidade ideológica, cujas penas somadas podem resultar em longos períodos de reclusão. A Operação Falsas Raízes lança luz sobre a atuação de redes criminosas que exploram a legislação migratória e a rede de proteção social do país, e a PF segue com as investigações para identificar a totalidade dos envolvidos e o alcance da fraude.

Fonte: Comunicação Social da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul.