Ritual macabro e assassinato em Tesouro (MT) chocam comunidade: vítima foi morta como sacrifício em pacto por riqueza

Polícia desvenda crime brutal motivado por suposto ritual com entidade e revela detalhes sombrios do caso envolvido emboscada e ocultação de verdade no interior do estado
Crime ocorreu na madrugada de quarta-feira (23).

Em um episódio que abalou o interior de Mato Grosso, João Victor Nascimento Alves Moreira, de 31 anos, foi brutalmente assassinado com golpes de faca em um ritual de pacto para obtenção de dinheiro envolvendo uma entidade conhecida como “Exu Caveira”. O crime aconteceu na madrugada da última quarta-feira (23), em Tesouro, uma cidade a cerca de 369 quilômetros de Cuiabá, e segue mobilizando autoridades e comunidade local, dada a natureza cruel e o contexto religioso em que foi crime.

A investigação da Polícia Civil cogitou inicialmente uma motivação passional: João teria tentado beijar um dos homens envolvidos, levando à sua morte. No entanto, essa versão foi descartada ao longo do inquérito, após a confissão dos suspeitos, que revelaram a real motivação: um pacto para enriquecimento rápido por meio de sacrifício humano a uma entidade espiritual de tradição afro-brasileira.

Segundo apurações, Rafael Domingos de Souza deixou sua casa na noite do crime fez matar alguém para concretizar o pacto, chegando inclusive a carregar consigo uma vela, costume usado em rituais. Em um bar, Rafael conheceu Rodrigo Junio ​​Martins Prusch, que se juntou ao plano e ajudou a escolher a vítima. A polícia também investiga questões relacionadas a dinheiro, já que havia suspeitas de que João Victor estava com pelo menos R$ 5 mil naquela noite – valor que Rodrigo negou ter pego.

Após uma noite de consumo de álcool, Rodrigo e Rafael atraíram João Victor até a casa do primeiro, onde desferiram contra ele o primeiro golpe, atingindo seu pescoço. Para concluir o ritual, Rafael cometeu que a morte ocorreu em uma encruzilhada: arrastaram o corpo até a esquina da rua e a vítima recebeu várias outras facadas, investigações segundo a Polícia Civil e a perícia oficial. Mesmo ferido, João Victor ainda teria conseguido se levantar e caminhar por alguns metros antes de cair morto.

O caso gerou forte comoção na cidade do Tesouro, tanto pelos aspectos violentos e ritualísticos, quanto pela tentativa de descoberta dos fatos ao se inventar uma briga motivada por ciúmes. Rodrigo, pressionado pela apuração policial, admitiu ter criado a história para desprezar as investigações e preservar o cúmplice.

O crime levanta discussões sobre o impacto de práticas religiosas deturpadas, criminalidade no interior e vulnerabilidade social em pequenas cidades, onde muitas vezes o acompanhamento psicológico e a assistência social são insuficientes para prevenir tragédias e manipulações. O caso segue sob investigação rigorosa pela Delegacia de Guiratinga, que busca esclarecer todos os pontos da execução cruel e reunir provas para o julgamento dos envolvidos.

APARECIDO CARMO DO REPÓRTER MT.