Sóstenes Cavalcante, líder do PL, refuta acusações de desvios de verbas e explica origem de dinheiro encontrado

Em meio a uma investigação da Polícia Federal, o deputado Sóstenes Cavalcante disse que os R$ 400 mil encontrados em sua casa são resultado de uma venda imobiliária. Ele nega qualquer ilegalidade e critica as motivações por trás da investigação.

Deputado alega que quantia encontrada em sua residência está relacionada à venda de imóvel e denuncia perseguição política.

O clima estava tenso na Câmara dos Deputados nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, quando o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, se dirigiu à imprensa para se defender de acusações relacionadas a desvios de verbas de seu gabinete. Ele negou veementemente qualquer prática ilícita e se aprofundou em sua justificação, que envolve um montante significativo de R$ 400 mil em dinheiro vivo encontrado em sua residência.

Em coletiva de imprensa realizada no Salão Verde da Câmara, Cavalcante assegurou que a quantia encontrada é resultado da venda de um imóvel, enfatizando que não há qualquer indício de crimes como lavagem de dinheiro ou contratos espúrios. “Não tem nada de contrato ilícito. Não tem nada de lavagem de dinheiro”, afirmou o deputado, tentando dissipar as sombras das suspeitas levantadas pela Polícia Federal (PF).

O deputado apresentou-se convicto ao explicar que a origem do dinheiro pode ser confirmada por sua equipe jurídica e que todas as transações estão devidamente documentadas. Contudo, ao ser questionado sobre detalhes específicos, como a data da venda do imóvel ou há quanto tempo o dinheiro estava guardado em sua casa, Cavalcante demonstrou menos clareza: “Com essa correria de trabalho acabei não fazendo o depósito”, justificou.

Sóstenes ressaltou que ninguém em sã consciência guardaria uma quantia tão alta em casa se estivesse envolvido em atividades ilícitas. Ele optou por não revelar a localização do imóvel vendido, argumentando a respeito da privacidade da transação. Em sua narrativa, o deputado se posicionou como uma vítima de uma investigação direcionada, sugerindo que os esforços da PF se concentravam em atacar opositores e figuras conservadoras.

O parlamentar também se manifestou sobre contratos de locação de veículos para seu gabinete, que estão sendo investigados. Ele afirmou que os veículos eram utilizados em seu trabalho e que, portanto, não podem ser associados a qualquer prática ilícita. “O carro sempre esteve aqui, é só olhar as câmeras para buscar e ver se estou colocando algum contrato para ressarcimento ilícito”, argumentou, descartando a possibilidade de uso de recursos públicos de forma inadequada.

Sobre a locadora que foi contratada, que apresenta inconsistências no endereço verificado, Cavalcante declarou não estar a par dos detalhes. Ele enfatizou que sua única orientação à equipe é buscar as melhores tarifas, evitando qualquer sobrepreço nos contratos relacionados a seu gabinete. O deputado fez questão de posicionar a investigação contra ele como um episódio que visa criar uma distração das questões que envolvem a esquerda no País: “É mais uma para perseguir quem é da oposição, quem é conservador, quem é de direita”, criticou.

A operação em questão, denominada Operação Galho Fraco, foi deflagrada pela Polícia Federal na mesma data e investiga possíveis irregularidades relativas ao aluguel de veículos pagos por meio da cota parlamentar, uma verba destinada a custear despesas de gabinete. Agentes da PF cumpriram ao menos sete mandados de busca e apreensão, incluindo residências e veículos de pessoas próximas a Sóstenes, tudo devidamente autorizado pelo Supremo Tribunal Federal. As informações indicam um total de R$ 28,6 milhões em movimentações suspeitas associadas a assessores e familiares do deputado, conforme um relatório preliminar da corporação.

Essa investigação não apenas levanta questões sobre a conduta do parlamentar mas também reforça o debate sobre a fiscalização do uso de verbas públicas no Brasil, especialmente as que dizem respeito ao cotidiano de atuação dos parlamentares. Enquanto a atual administração busca garantir a transparência e a utilização correta dos recursos, tais episódios de suspeita e investigação trazem à tona discussões sobre a responsabilidade e a legislação que governa a atuação dos representantes políticos.

Assim, enquanto a sociedade se empenha em compreender e acompanhar a evolução dessa investigação, a defesa de Sóstenes Cavalcante afirma que a história está longe de terminar. O deputado promete que os desdobramentos comprovarão sua inocência e que a verdade prevalecerá. É um momento crítico não apenas para o parlamentar, mas para todo o sistema político brasileiro, que se vê intensamente fiscalizado sob os olhares atentos da população e das instituições responsáveis pela preservação da ética na política.

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