Quatro anos após o assassinato da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, no Complexo do Lins, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, a Auditoria da Justiça Militar absolveu o sargento Rafael Chaves Oliveira e os cabos Rodrigo Correia Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano.
Os três são acusados de alterar a cena do crime e de prestar informações falsas durante as investigações.
Kathlen, que estava grávida de quatro meses, foi atingida no peito ao sair da casa da avó, na comunidade, durante uma troca de tiros.
A auditoria, que aconteceu nesta terça-feira, é formada por um juiz de direito e quatro militares superiores da PM. E a decisão foi por 4 votos a 1.
De acordo com o promotor Paulo Roberto Melo, o Ministério Público vai recorrer da decisão.
“Entendendo que não foi a melhor decisão, o MP vai interpor o recurso e levar a discussão do caso ao Tribunal de Justiça. Dos cinco réus, o Ministério Público requereu a condenação de três: seriam os dois que efetuaram os disparos e o terceiro, que afirmava ter encontrado cartuchos deflagrados no local. Os outros dois — um, o comandante da UPP, e o outro, um policial que participou da ação — o MP entendeu que não havia prova suficiente para sustentar a condenação”.
As defesas alegaram que as argumentações do Ministério Público foram genéricas e sustentadas em suposições, como explica o advogado Sérgio Ricardo Rodrigues de Carvalho:
“Não digo que houve qualquer tipo de falha na apuração, seja pela DH, ou pelo MP, mas não foi possível, em nenhuma fase do inquérito, eles obterem as provas necessárias de que houve, realmente, essa fraude processual e essa inovação por parte dos policiais. Não foi comprovada a materialidade. As provas ali obtidas eram frágeis, realmente, e superficiais”.
O Ministério Público sustenta que o tiro que atingiu Kathlen teria partido dos policiais militares Rodrigo Correia Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano, durante um confronto com um grupo de militares.
Os dois vão a júri popular, em data ainda a ser marcada. Eles aguardam o julgamento em liberdade.
Fonte: Rádio Agência Nácional